Friday, May 09, 2008

A Pós-modernidade e a literatura
(Texto escrito por Gustavo Costa, Eli Castro e Cid Bylaardt)


Tópico 1: Que vem a ser "Pós-Modernidade"?
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Caro aluno: antes de você seguir a leitura desta aula, tente responder às seguintes perguntas:
O que você entende por “pós-moderno”?
Em que circunstâncias você já ouviu a expressão “pós-modernidade”?
Pare e pense um pouco, pesquise na internet ou em livros de arte, filosofia ou história, discuta com colegas se for possível, em seguida veja se o que você pensou a respeito relaciona-se com as considerações que serão feitas a seguir.
Considerações sobre o termo "pós-modernidade" na cultura ocidental
Para iniciar nossa aula, é de fundamental importância que trabalhemos com um conceito ou uma noção segura do termo Pós-modernidade. Paradoxalmente, é difícil “bater o martelo” e afirmar que o termo em questão signifique algo estável entre os estudiosos.
As duas últimas décadas vêm produzindo discussões acaloradas sobre o assunto; porém, o máximo a que se chegou foi a um depósito de conceitos duvidosos, imprecisos e frágeis.
O termo teve origem nos Estados Unidos e veio da área da sociologia e, de lá, passou para a arquitetura, artes plásticas, filosofia e, inevitavelmente, para a literatura. A primeira “confusão” já pode ser percebida quando se põe lado a lado Pós-modernidade e Pós-modernismo. Ambos os termos não podem ser confundidos porque apontam para direções contrárias.
O primeiro diz respeito a tudo que ocorreu depois das conhecidas vanguardas européias (futurismo, cubismo, surrealismo etc); já o segundo, ao contrário, tenta compreender o que se passa com o mundo das artes e das ciências (ou seja, com o mundo dos homens de hoje). Essa preocupação começou, mas ou menos, a partir da segunda metade do século XIX e se estende até os dias atuais.
Observação
A segunda “confusão” (no bom sentido, aqui) diz respeito ao prefixo “Pós”. Ora, quando se afirma que estamos na Pós-modernidade, é porque, de algum modo, a Modernidade já ficou para trás, já acabou.
Essa noção fica mais embaralhada ainda quando se dá a notícia de que, para a filosofia pós-moderna, uma das premissas de fundamental importância é a negação do tempo sucessivo e teleológico.
Marcos da era pós-moderna
Acontece que, ao se tentar teorizar e estabelecer marcos para o início da era pós-moderna, está-se, paradoxalmente, trabalhando como uma noção muito preliminar de tempo e de sucessão. Para complicar mais ainda, há teóricos que ponderam as idéias daqueles que pesquisam o pós-moderno chamando a atenção para o fato de que a modernidade ainda não acabou; ou seja: ainda estamos num período de execução dos projetos que marcaram o início do século XX. Como se percebe, há aí uma assimetria generalizada.
Entretanto, mesmo havendo uma chuva de conceitos, pré-conceitos e pseudo-conceitos (aqui não citamos nenhum deles, embora existam) sobre a noção de pós-modernidade, é possível elencar uma série de características notáveis na arquitetura, na sociologia, nas artes plásticas, na filosofia e, também, na literatura.

A pesquisadora brasileira Leyla Perrone-Moisés, em seu interessante livro Altas Literaturas, afirma: “De um modo geral, os traços considerados pós-modernos são os seguintes:
heterogeneidade, diferença, fragmentação, indeterminação, relativismo, desconfianças nos discursos universais, dos metarrelatos totalizantes (identificados como totalitários), abandono das utopias artísticas e políticas.
Esses traços se opõem aos da modernidade, que seriam: racionalismo, positivismo, tecnocentrismo, logocentrismo, crença no progresso linear, nas verdades absolutas, nas instituições”.
Observação
Por incrível que pareça (mesmo tendo apresentado uma série de características que, de algum modo, resolveriam a discussão sobre o que vem a ser a Pós-modernidade) ainda andamos “às cegas” no que diz respeito à nossa atual identidade cultural.
Estudiosos de várias áreas do conhecimento buscam respostas mais significativas, conceitos mais seguros e confiáveis; mas parece que ainda estamos longe de mapear todo esse novo estado de espírito e de vida do homem dos dias atuais (moderno, pós-moderno ou contemporâneo?). Eis o que fica: a inquietação.
Multimídia: Vídeo
Veja uma parte da entrevista do escritor Afonso Romano Santana (Clique aqui para visualizar) e fique atento ao que ele fala sobre a pós-modernidade.

Fórum
Anote as principais idéias sobre pós-modernidade, tanto da entrevista quanto do texto desta aula, e exponha suas idéias no fórum “Aula 5 - Modernidade em ruínas”. Espera-se que você dê sua opinião sobre o assunto e comente opiniões de seus colegas.

Teoria da Literatura
Aula 5 - O pensamento Pós-Modernona Literatura
Tópico 2: O pensamento filosófico pós-moderno
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Tendências da filosofia contemporânea
Descartes e Hegel
No âmbito do pensamento filosófico, a chamada “pós-modernidade” pode ser entendida como o momento de crise da racionalidade que servia de base à filosofia moderna, em seus três pilares: a consciência, a sistematicidade e a universalidade. Pilares cujas bases foram lançadas já por Descartes — com a idéia do Cogito, e que ganharam forma acabada com o pensamento absoluto de Hegel. Em seus pressupostos está a crença nos poderes ilimitados da razão para o conhecimento e liberdade humanas.
O que podemos chamar da crise da modernidade surge na forma de uma crítica radical a seus pressupostos. De formas distintas e sob aspectos diversos, podemos dizer que essa crise foi irradiada a partir de quatro pontos, na passagem do séc. XIX ao séc. XX. Nesses três pontos, podermos situar Nietzsche, Wittgenstein e Heidegger.

Nietzsche
Centrando suas suspeitas nas questões de sentido e valor, Nietzsche realiza uma crítica contundente à modernidade a partir da moral e da racionalidade que a constitui.
Para o autor, a modernidade é considerada o ápice de uma decadência que se arrasta desde Sócrates e que, privilegiando o conhecimento racional aos instintos, destrói valores e ilusões em nome de uma suposta “verdade” e é, no entanto, incapaz de criar novos valores e reconhecer essa “verdade” como uma ilusão a mais.
Wittgenstein
O pensamento de Wittgenstein, por sua vez, está no centro da chamada “reviravolta lingüística e pragmática” do século XX. Esta significou a descoberta da linguagem (discurso) como mediação ineliminável de todo saber humano.
Não se trata de uma disciplina (Filosofia da Linguagem) ao lado de outras, mas sim da abordagem da linguagem como condição de acesso à realidade. Por outro lado, essa mesma reviravolta dá, também com Wittgenstein, uma guinada pragmática. Com ela, toda ação humana, bem como a própria constituição de si, é mediada por uma práxis lingüística, ou pelo que Wittgenstein chama de “jogos de linguagem”.
Heidegger
Heidegger fez uma crítica ao pensamento metafísico da tradição filosófica, ou seja, o pensamento que busca entender o Ser. Para o autor, esse “Ser” é fundamentalmente Sentido.
O homem, por sua vez, deve ser entendido como ‘clareira’ do ser, ente privilegiado onde o Ser se desvela, manifesta-se. A compreensão é um modo de ser do homem, ou seja, o homem se conhece como imerso em um contexto de sentido e com um esquema ‘pré-conceitual’ já introjetado.
O homem articula sentido (faz associações), um sentido que já o possui e possibilita compreensão. Gadamer, a partir de Heidegger, assume a temporalidade do ser humano e da Razão que é por ele constituída.
A Razão não é mais una, como prescrevia a metafísica da tradição, mas histórica, referentes aos diversos contextos histórico-contingenciais.
Jürgen Habermas
Tal situação de crise, no entanto, não gera consenso sobre o fim da modernidade (Vattimo, 1996) e a passagem à “pós-modernidade”. Em 1980, Jürgen Habermas profere um discurso intitulado “Modernidade: um projeto inacabado”, onde se posiciona a favor de alguns aspectos principais da modernidade por compreendê-los como inconclusos. “O projeto da modernidade tinha ainda que ser realizado. Mas a tentativa cabal de negá-lo — uma decisão desesperada, havia fracassado” (Anderson, 1999:45). Para Habermas, não se podia negar todas as contribuições da modernidade, inclusive aquelas relativas às esferas de valor e a necessidade do consenso que serão resgatadas posteriormente em seu pensamento — a Teoria da Ação Comunicativa.
Vattimo e Lyotard
Por outro lado, para autores como Vattimo (1996) e Lyotard (1993), o fim da modernidade representa o fim das metanarrativas e das pretensões universalizantes da razão, privilegiando as pequenas narrativas que priorizem o dissenso, sem que com isso enveredemos em um irracionalismo.
Atividade de portfólio
Com base no tópico acima e no artigo As Razões da pós-modernidade (Clique no título para abrir ou vá a Material de Apoio) (2001) de L Chevitarese, procure responder às seguintes perguntas:
Pós-modernidade significa “irracionalismo”? Discuta.
O que significa o “fim das metanarrativas”? Discuta.
Elabore respostas para as questões acima e apresente-as em seu portfolio.

Teoria da Literatura
Aula 5 - O pensamento Pós-Modernona Literatura
Tópico 3: A literatura na pós-modernidade
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Tendências da literatura na contemporaneidade
Ao se analisarem certos textos recentes da literatura brasileira, assim como de outras literaturas, do período denominado “pós-modernismo” (termo carregado de imprecisão), é possível perceber elementos comuns que parecem caracterizar determinados discursos literários do final do século XX e do início do XXI.

1. multiplicidade de enunciadores: o narrador ou eu-lírico único e inquestionável passa a ser substituído ou replicado por outra, ou outras vozes, que fazem do relato um texto sem um dono que lhe confira autoridade;
2. instabilidade e desautorização do enunciador: a autoridade do narrador/eu-poético tradicional passa a ser colocada em questão na medida em que outras vozes se interpõem ou rebatem a voz “central”, ou a que deveria ser o centro, que não há mais;
3. insolubilidade, ou ausência de desfecho: a complicação, o clímax e o desenlace clássicos não mais constituem o apelo da narrativa; a lírica ressente-se de uma direção estabelecida;
4. desmaterialização da trama narrativa: não há propriamente uma trama, no sentido tradicional; os acontecimentos não apresentam obrigatoriamente uma relação de causa e efeito entre eles; as estruturas são corroídas internamente por fatias, vazios, parecendo fadadas à auto-destruição, ao despedaçamento;
5. indefinição entre real e ficção: transmutação contínua do real em irreal e do irreal em real;
6. variação de escala, desmesura, tendência ao “menos”: desproporcionalidade entre as partes de um texto, ou excessiva miniaturização da narrativa, ou expansão da lírica;
7. instabilidade e tensão enunciativa: não há mais um condutor confiável da trama ou do universo poético: ele dá voltas, mostra-se indeciso, não sabe muitas vezes para onde ir;
8. forma ditada pela lógica interna da obra: as formas tradicionais da narrativa, como também da lírica, parecem definitivamente abandonadas; o que define a forma é o próprio texto; assim, cada obra é em si uma forma mais ou menos original;
9. interferência de outros sistema semióticos: intensifica-se o diálogo da literatura com outras linguagens, particularmente na poesia;
10. revelação dos bastidores da escrita: intensificação da metalinguagem, problematização direta do processo criativo.
Assim, na narrativa e na lírica, podem-se constatar os seguintes traços que aparecem com uma certa insistência:
Considerando-se essa tendência geral de errância e dispersão, percebe-se que a História perde seu poder ordenador ou organizador do texto literário, que passa a recusar o tempo progressivo e teleológico. O discurso literário que atua ao lado da História nesse sentido deve ser entendido como o discurso universal, dos metarrelatos totalizantes (ou “totalitários”), das utopias políticas ou artísticas.
O indeferimento da História coloca em sua ausência a heterogeneidade, a diferença ─ ou a indiferença ─, a fragmentação, a indeterminação, o relativismo. Enquanto a modernidade procurava estabelecer projetos para o homem e sua episteme, em busca de progresso linear, verdades absolutas, instituições duradouras, a contemporaneidade vê pulverizarem-se quaisquer tipos de projetos totalizantes.
Parada obrigatória
Vamos retomar aqui uma leitura que você já fez no Tópico 1 da Aula 3 da disciplina Teoria da Literatura I, que você fez no semestre passado. Você vai reler o conto “Cães, marinheiros” (Clique no título para abrir ou vá a material de apoio), do escritor português de Herbert Helder. O texto foi publicado no livro Os passos em volta, mas pode ser encontrado também no seguinte endereço: http://silencio.weblog.com.pt/arquivo/021857.html

Chat
Releia agora o mesmo trecho do conto que serviu como ponto de partida daquela atividade:
“Um marinheiro é uma criatura derivada por sufixação, e pode recear-se o poder do elemento de base: o radical mar. Em vez de guardar o jardim, ele acabaria por fugir para o mar”.
A proposta é que você faça seus comentários sobre o conto relacionando-o às tendências da literatura contemporânea vistas nesta aula. Imagine que o marinheiro é alegoria da literatura contemporânea, e que os cães representam o sistema que sufoca a liberdade de criação.
As observações derivadas de sua leitura deverão ser levadas ao chat que o tutor de sua turma vai marcar no período previsto na agenda.
Topo

O fato é que sempre houve um diálogo entre filosofia e literatura, por mais que esta se afirme como um descompromisso em relação às verdades do mundo, e aquela busque exatamente essa verdade.
Um exemplo disso é Michel Foucault, que desenvolveu seu pensamento filosófico sobre a loucura, o poder, a sexualidade fundamentando-se em boa parte no texto literário. Nesta aula, ao relacionarmos o pensamento contemporâneo da literatura com o da filosofia, procuramos evidenciar a proximidade dessas duas manifestações escriturais, embora ambas tenham funções e objetivos diferentes, cujo aprofundamento não cabe aqui.

Atividade de portfólio
Após todos os textos que você leu sobre este assunto, as discussões realizadas, as respostas dadas, propomos aqui que você exercite sua autonomia. Pesquise numa biblioteca ou na internet sobre a contemporaneidade na literatura ou na filosofia, e escolha um texto (um ensaio ou um capítulo de um livro). Leia-o atentamente e em seguida comente sua abordagem do texto literário ou filosófico contemporâneo, relacionando-o com o que você aprendeu nesta aula.
Produza um texto de aproximadamente uma página e coloque-o em seu portfólio. Não se esqueça de citar minuciosamente a bibliografia e quaisquer outras referências.

Bibliografia sugerida
· ANDERSON, Perry. As Origens da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
· CAMPOS, Haroldo de. Metalinguagem e outras metas. São Paulo: Perspectiva, 1999.
· COMPAGNON, Antoine. Os cinco paradoxos da modernidade. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
· __________ . O demônio da teoria. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
· FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Ed. Loyola, 2002.
· __________ . As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
· HARVEY, David. Condição pós-moderna. 9ª. Ed. São Paulo: Loyola, 1992.
· JAMESON, Fredric. Pós-modernismo – A lógica cultural do capitalismo tardio. 2ª. São Paulo: Ática, 1997.
· LYOTARD, Jean-François. O Pós-moderno. 4ª. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.
· MACHADO, Roberto. Foucault, a filosofia e a literatura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000.
· OLIVEIRA, Manfredo. A. Para Além da fragmentação. Loyola, 1997.
· __________________. A Reviravolta lingüístico-pragmática na filosofia contemporânea. 2ª. Ed. Loyola, 2001.
· PERRONE-MOISÉS, Leyla. Altas literaturas. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
· ROUANET, Sérgio Paulo. As Razões do iluminismo. São Paulo: Cia. Das Letras, 2004.
· SONTAG, Susan. A vontade radical. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
· VALÉRY, Paul. Variedades. São Paulo: Iluminuras, 1999.
· VATTIMO. O Fim da modernidade. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
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8 comments:

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